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Um dia após a votação e já estamos com a síndrome do vira-lata!

Atualizado: 4 de nov. de 2022

Já tem jornalista comemorando a esmola da Noruega para a Amazônia um dia após a vitória do Lula na eleição para presidente do país

Como se precisássemos.

Ninguém dá dinheiro pra ninguém à toa. Nem quem estende a mão para dar uma moeda ao pedinte. Há quem diga que isso acontece como uma forma de se redimir com o mundo.

Mas está distante do caso da Noruega com a Amazônia.


Um dos acidentes ecológicos mais gritantes do século na Amazônia foi causado por uma empresa da Noruega.


A tragédia chegou a ser chamada de Chernobyl da Amazônia!


Foto de 2018 do DRS1 da Hydro Alunorte, em Barcarena. (Foto: Pedrosa Neto/Amazônia Real)


A multinacional norueguesa Norsk Hydro, uma das dez maiores fábricas de alumínio do mundo, instalada a mais de 40 anos em Barcarena, no Pará, foi a responsável pela tragédia.


Em fevereiro de 2018 fortes chuvas causaram um transbordamento de rejeitos tóxicos que foram lançados no rio Murucupi e atingiram cerca de 40 mil pessoas das comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinha. O episódio que deixou milhares de pessoas doentes está sendo discutido numa ação coletiva na Corte de Roterdã, na Holanda.


Já eram frequentes os acidentes ecológicos junto ao santuário que tem muitos cursos d'água. O Ministério Público do Pará vinha monitorando a população desde 2015 através do Laboratório de Química Analítica e Ambiental da Universidade Federal do Pará. Segundo dados do Ministério Público do Pará publicados pelo site Amazônia Real, constatou-se através de amostras dos cabelos de 90 moradores da área ao redor da mineradora, a presença de elementos químicos tóxicos e cancerígenos superiores ao padrão de saúde. O alumínio encontrado no corpo de moradores de Barcarena estava 27 vezes acima da média do que moradores de Altamira, cidade próxima. O chumbo, estava em estado elevado em 24 das 26 comunidades, e o cromo e níquel estava três vezes acima do que o parâmetro da normalidade.


Mesmo assim, há quem comemore sem contestar o porquê da esmola da Noruega.


Logo após o Lula se reeleger o país escandinavo não perdeu tempo. O ministro do meio ambiente norueguês, que tinha interrompido o recurso em 2019, disse que vai voltar a mandar dinheiro para a Amazônia. Segundo ele, cerca de R$ 2,5 bilhões aguardam para serem utilizados no fundo de preservação da floresta amazônica.


Enquanto isso, cerca de 11 mil famílias brasileiras, da região amazônica, aguardam indenizações por terem sido atingidas pela empresa da Noruega. A ação contra a Norks Hydro que corre no tribunal holandês de Roterdã busca compensações às famílias atingidas pelos empreendimentos noruegueses, pelo que a ação chama de "disposição incorreta de rejeitos tóxicos no rio Murucupi, bem como outros efeitos da presença das instalações da Norsk Hydro na região".


Mas para o ministro do meio ambiente da Noruega, a exploração feita pelos nativos da floresta é que é o problema da Amazônia... e quis transformar um problema ambiental em político.


"Tínhamos uma estreita cooperação com o Brasil (...), mas ficou muito difícil durante os anos de Bolsonaro, porque ele se aliou aos grandes proprietários de terras que exploram de forma bastante brutal a floresta tropical", explicou Barth Eide.


Recentemente a justiça holandesa acatou o processo que já tinha passado por tribunais brasileiros, mas para a comunidade, o acordo havia sido insuficiente.



Maria do Socorro Marques do Carmo protesta, em 2019, na porta de mineradora (Foto: Pedrosa Neto/Amazônia Real)


Em nota a "A Hydro nega veementemente as alegações apresentadas pelos autores da ação. A empresa está comprometida em ser um bom vizinho, agindo com responsabilidade e colocando saúde, meio ambiente e segurança em primeiro lugar onde quer que opere", afirma a empresa. Para eles "as atividades da Alunorte e da Albras na região são devidamente licenciadas e as operações nas plantas são monitoradas e auditadas pelas autoridades competentes".


Segundo a ação, as operações afetam comprovadamente o meio ambiente desde 2002 - as vítimas foram expostas a resíduos tóxicos do processamento de alumínio, que podem causar problemas de saúde, como aumento da incidência de câncer, Alzheimer, doenças de pele, problemas de estômago e diarreia.


O governo da Noruega detém 1/3 da empresa que é dona da maior parte da cadeia produtiva do alumínio na Amazônia. No Pará, a Hydro possui três instalações: a mina de bauxita de Paragominas; a refinaria Alunorte em Barcarena, onde a bauxita é transformada em alumina; e a Albras, onde as fundições transformam alumina em alumínio.


Folha de S.Paulo/ G1/ Notícias UOL

imagens cedidas: Pedrosa Neto - jornalista e antropólogo da Amazônia Real









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