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Fome x Covid19 - A praga do século.


Por Dr. Bayard Galvão

Psicólogo Clínico

Paula Azzar

Jornalista

De Olho no Mundo


Não somos políticos, e não falaremos das lágrimas, sangue e dor dos inúmeros lutos do viver para angariar votos como alguns políticos fascistas têm feito. Conhecemos estes sofrimentos e as dores da morte de quem se ama, tanto na vida profissional, como pessoal. Não estamos aqui para vender jornais (mais comprados em épocas de terror, embora isso não influencie a postura de tantas reportagens que tenham este enfoque, claro), e não recebemos dinheiro algum com este texto; mas para propor algumas reflexões e uma possível solução para deixar a vida menos pesada para muitas pessoas, e sabendo que para superar tristes obstáculos, precisamos nos reinventar.

Apenas para deixarmos clara a ideia de base: nada vale mais do que o corpo e mente sã! E se você estiver “panicado” demais para ler, proponho alguma distração e esqueça deste texto. Um professor disse uma vez que “ao ler sobre alguns temas, é necessário tomar um calmante antes”, a recomendação vale para alguns leitores.

Vamos lá,

Acreditamos que o COVID-19 será muito menos violento do que vários outros vírus, como o “Vírus do Sarampo” (23.2 milhões de pessoas mortas de 2000-2018, segundo a OMS), Influenza (estima-se que os seus 4 tipos matem de 290 mil a 650 mil pessoas por ano, segundo a OMS), AIDS (1 milhão de pessoas só em 2016, OMS), Malária (450 mil pessoas em 2018, OMS), e Tuberculose (cerca de 1.5 milhão de pessoas ainda morrem por ano, segundo a OMS). Alguém pode se perguntar: por que o COVID-19 está recebendo mais atenção do que estas outras epidemias? Bem, mas aí seria outro texto...


Ser “CoronaVírus 2019 + (positivo)” (não lemos em lugar algum este termo) não significa ter COVID-19 (traduzível como “Doença Provocada Pelo Corona Vírus de 2019”), embora, na pior das especulações, torne contagioso o indivíduo por 30 dias após ter contraído o vírus. Lembrando que a recomendação atual é não ir ao hospital se tiver com os sintomas leves, aliás, segundo a OMS, provavelmente 80% das pessoas serão assintomáticas, elas terão Coronavírus sem nem saber que tiveram. Portanto, apenas 20% das pessoas que procuram hospitais por terem sintomas moderados ou graves, serão testados e confirmados positivamente para “CoronaVírus 2019”, representando erroneamente os 100% das pessoas que seriam “CoronaVírus 2019 +”. Então, razoável dizer que daqueles que têm seguido as orientações da OMS, 80% não possuem confirmação da sua doença.

Se só 20% terão confirmação de terem contraído o vírus, o ideal seria ter uma estatística rigorosa sobre sintomas, se ocorrerem, e em que nível e de acordo com cada idade. Mas não tendo estes dados, propomos um simples cálculo em que se divide por 5 (20% é 1/5 de 100%) o nível de letalidade do “CoronaVírus de 2019” proposto até o momento, que deve diminuir com melhorias no tratamento, seja com quais medicações for.


Nos termos acima, os cálculos de letalidade do vírus ficariam assim: total de pessoas comprovadamente com o vírus vezes 5, e quantos % representam as pessoas que tiveram suas vidas finalizadas pela doença?


E qual seria uma solução menos ruim para lidar com o vírus? Já que a perfeita, mas irreal, seria alguma com probabilidades zero de doenças ou mortes.

Uma possível opção seria uma quarentena vertical onde todos que morarem com pessoas de risco e acima de 60 anos, fiquem em casa. Inclusive quem pode ficar meses sem trabalhar, ou que não tem medo de perder emprego.

Para os outros que não fazem parte destes grupos e decidirem sair de casa, entendam e aceitem a seguinte probabilidade e respectiva oração: eu tenho X anos de idade e na eventualidade de eu sair de casa, posso contrair a doença com Y de probabilidade de morte, e sei que é da minha responsabilidade evitar ao máximo “pegar” o vírus, e caso isso ocorra, comprometo-me em me colocar em quarentena, imediatamente. Lembrando que todos que estiverem fora de casa, em algum nível, também fizeram uma oração similar; sendo todos responsáveis, lúcidos e livres ao terem tomado está decisão.

A quarentena horizontal seria perfeita se todos tivessem condições financeiras de comer e pagar os seus convênios de saúde por meses, sem maiores prejuízos. Um raciocínio válido apenas para a classe média para cima, assim como servidores públicos e alguns outros de ganhos garantidos. Ademais, quantas empresas que dão emprego para milhões de pessoas têm fôlego para mais do que 1 ou 2 meses sem demitir pessoa alguma?

No Brasil, um dia antes do aviso da quarentena, haviam 11,9 milhões desempregados e cerca de 38 milhões na informalidade. Após a pandemia, segundo estimativa da Fundação Getúlio Vargas, 12,6 milhões de brasileiros devem engrossar a fila do desemprego. O índice passaria de 11,6% para 23,8%.

Um cenário amargo que atravessa todas as fronteiras: segundo a previsão da OIT, a Organização Internacional do Trabalho, a pandemia poderá acabar com 195 milhões de empregos no mundo. As medidas de isolamento adotas pelos países para evitar o contágio afetam diretamente 2,7 bilhões de trabalhadores, 81% da força de trabalho do planeta.


Caso seja insistido que se permaneça na Quarentena Horizontal, haverá grande probabilidade de ser criada uma das piores crises econômicas desde a segunda guerra mundial, e que deve levar mais de 500 milhões de pessoas para a linha da pobreza. O alerta foi dado pela Oxfam, sociedade civil que atua em 90 países com ajuda humanitária.  Apenas um em cada cinco desempregados tem acesso a benefícios como seguro-desemprego. Dois bilhões de pessoas trabalham no setor informal, sendo 90% nos países pobres e apenas 18% nos países ricos.

Neste cabo de guerra, de um lado a pandemia de baixa letalidade em comparação a inúmeras outras, de outro a fome, qual lado você escolhe? Afinal, para que se preocupar? Desemprego não gera fome, nem pobreza, nem suicídio, nem aumento de crimes, nem ansiedade e nem infarto. Ah, e quantas pessoas que têm diferentes doenças não provocadas pelo vírus estão deixando de ir ao hospital, aumentando a probabilidade das suas mortes?


Infelizmente, não há solução perfeita; e não há vida sem comida, além de muitos morrerem de maneira direta ou indireta por falta de dinheiro, a curto prazo.


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